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    Núcleo Takinahakỹ passa a ser Unidade Acadêmica Especial

    Momento homenageou a memória e contribuição da professora Maria do Socorro Pimentel

    Texto: Caroline Pires

    Fotos: Evelyn Parreira

     

     

    Firmando mais um marco para a inclusão, democracia e respeito aos povos originários, foi instalada na segunda-feira, 10/11, a Unidade Acadêmica Especial do Instituto de Formação Superior Indígena Takinahakỹ , ocasião em que tomaram posse seus dirigentes para a gestão 2025-2029. Assumiram os cargos Mônica Veloso e Carlos Bianchi, como chefe e subchefe, respectivamente. O momento foi marcado por agradecimentos, recordações de marcos que permitiram o crescimento e fortalecimento das ações do antigo Núcleo Takinahaky e a memória da professora Maria do Socorro Pimentel da Silva, que dedicou seu trabalho e sua vida à formação de professores indígenas e ao estudo da língua e saberes indígenas. Com a mudança de núcleo para unidade acadêmica especial, será possível desenvolver as atividades com mais autonomia e a participação em editais da UFG voltados para a graduação. Na abertura do evento foram realizadas apresentações pelos povos Xavante, Karajá, Xerente, Guajajara e Kharô, todos com estudantes da nova unidade acadêmica especial.

    A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, iniciou seu discurso falando que todas as cerimônias realizadas nesse espaço são sempre carregadas de muita emoção. Ela lembrou a coincidência da instalação da unidade acadêmica especial no dia da abertura da Cop-30, no estado do Pará, reforça que “os instrumentos que tornam nossa vida melhor passam pela qualidade de vida dos povos indígenas, originários e quilombolas. O Cerrado pede socorro e contamos com essas vozes, afinal, só chegamos aqui por causa da dedicação dessas pessoas”, frisou. Nessa gestão, a reitora lembrou que foi feita a troca do telhado do núcleo, e que essa foi a primeira de uma série de melhorias feitas, mas que, sem dúvidas, a contratação de três docentes indígenas também foi um marco. Segundo ela, nesse sentido, “o Estado Brasieliro tem que ser mais ousado e garantir a presença de professores indígenas nas aldeias. Isso não é simples, mas movimentos jurídicos precisam ser feitos”, lembrou. A reitora frisou ainda que, graças a recursos do PAC, está sendo construído o Espaço Intercultural Indígenas, no valor de 18 milhões de reais, com dormitórios, área de convivência e “o maior auditório desta universidade, para 340 pessoas, e que terá como nome Maria do Socorro Pimentel. Essa é nossa singela homenagem à professora pioneira e que tanto impactou a educação indígena”, lembrou.

    Mônica Veloso Borges, chefe empossada da Unidade Acadêmica Especial, considera que esse é um momento para sonhar e rememorar, e que começou em 2007. “Incansável e com enorme amor pelos povos indígenas, a nossa querida Maria Socorro Pimentel reuniu esforços para criar o curso, graças a sua formação no chão de aldeias e também com instituições de fora da UFG”, relembrou. O curso de licenciatura Intercultural Indígena foi iniciado com alunos de 8 povos, “fomos abrindo picadas e conquistando caminhos, acolhendo a diversidade dos povos, em uma metodologia que trabalha tudo de forma ampla, mostrando que na natureza nada de separa”, reforçou. A professora afirma que o curso hoje conta com 270 alunos, de 30 povos, “somos referência nacional na formação de professores e professoras indígenas graças a essa construção coletiva e compartilhada. Contamos hoje com três egressos do nosso curso que são docentes da casa”, destacou. “Com mais autonomia como unidade acadêmica especial, ganhamos também mais responsabilidade. Queremos e sonhamos em nos tornar uma unidade acadêmica plena e criar nosso curso de pós-graduação. Tudo sendo sustentado na diversidade e pluralidade”, concluiu.

     

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    Mesa diretiva contou com representantes de estudantes, autoridades e acompanhou apresentação de diferentes povos, logo após o início da cerimônia

     

    Afirmando que o entusiasmo e a alegria da instalação dessa unidade acadêmica especial ficou marcada nas apresentações dos povos no início da cerimônia, Carlos Bianchi, subchefe empossado, disse que esse momento simboliza um movimento pelos espaços dos povos indígenas. “Muitos de nós estamos acostumados a andar pela UFG e nos encontrar com os estudantes indígenas, mas isso ainda é visto com estranhamento dentro e fora da Universidade. É muito importante para nós fazer esse estabelecimento dos povos indígenas que desejem estar aqui”, afirmou. O professor reforçou que essas lutas não param por aqui, “contamos com todos para que continuemos avançando com sucesso”, concluiu.

    Representando os egressos do curso de Educação Intercultural Indígena, Manaijé Karajá, lembrou que a constituição de 1988 reconheceu as línguas indígenas e que se sente muito feliz de ter sido pioneiro como estudante da turma de 2007. “Com muita coragem deixamos nossas famílias para vir estudar. Nós não recebemos nada pronto, e por isso vamos continuar lutando”, afirmou. Valdirene Karajá, acadêmica do curso de Educação Intercultural Indígena e cacica da aldeia Buridina, afirmou da sua gratidão a todos os que passaram por esse espaço. “Temos aqui uma equipe de gestores guerreiros e a Universidade fez toda a diferença na vida desses povos”, concluiu.

    Chiquinha Pareci, da comunidade Rio Formoso de Tangará da Serra - MT e vice-presidenta do Conselho de Educação indígena do MT, afirmou que “a primeira universidade indígena já está aqui na UFG. É preciso dizer que a professora Maria do Socorro está imortalizada em dezenas de povos indígenas e nós vamos seguir a luta que ela nos deixou”, se emocionou. A gerente de educação do campo, indígena e quilombola da secretaria de estado da Educação de Goiás, Valéria Cavalcante, reforçou que esse espaço é importante para desenvolver o diálogo com as secretarias de educação, “sem isso não há equidade e nem respeito. Penso que ao fortalecer essa unidade acadêmica especial será possível fazer essa aproximação”, defendeu.

     

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    Histórico

    O curso de licenciatura em Educação Intercultural da UFG existe desde 2006, sendo em 2014 inaugurado o prédio que comporta esse curso junto ao Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena (NTFSI). Além do citado curso de graduação (com três habilitações – na área da cultura, da linguagem ou da natureza e matemática), o núcleo ofereceu um curso pós-graduação no nível de especialização e está em preparação de uma proposta de mestrado para atender a demanda dos egressos do curso assim como demais docentes indígenas.
    Atualmente, o curso de Educação Intercultural oferecido pelo NTFSI conta com 270 alunos indígenas, em sua maior parte professores. O curso atende aos indígenas do Território Etnoeducacional da Região Araguaia-Tocantins, do Parque Indígena do Xingu e da Terra Indígena Xakriabá, falantes de línguas pertencentes aos troncos Tupi e Macro-Jê e às famílias Carib, Aruak, Bororo e Trumai.

    Provenientes dos estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Minas Gerais e Pará, os alunos pertencem a 32 distintas etnias: Akwẽ-Xerente, Apànjêhkra/Canela, Apyãwa/Tapirapé, A’uwẽ Uptabi/Xavante, Bakairi, Bero biòwa mahãdu/Javaé, Boe/Bororo, Crẽh cateh cati ji/Krĩkati, Guajajara, Ikpeng, Iny/Karajá, Ixỹbiòwa/Xambioá, Kajkwakhrattxi/Tapayuna, Kalapalo, Kamayurá, Kawaiwete/Kayabi, Khĩsêtjê, Krahô, Krẽka/Xakriabá, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Mẽmõrtũmre/Canela, Mẽtyktire/Kayapó, Panãra, Panhĩ/Apinajé, Pyhcop cati ji/Gavião, Tapuia, Trumai, Wauja, Yawalapiti, Yudja/Juruna.
    O curso de Educação Intercultural da Universidade Federal de Goiás surgiu em atendimento à solicitação de lideranças indígenas da região Araguaia-Tocantins e a partir de diálogos, reuniões e seminários ocorridos entre indígenas dos estados de Goiás, Tocantins, Maranhão, Roraima e Rondônia, professores da UFG, profissionais da FUNAI, MEC/SESU/SECADI, CTI e das Secretarias de Educação dos Estados de Goiás, Tocantins e Maranhão

    Contribuíram para a proposta do curso de Educação Intercultural as experiências vivenciadas em outros cursos de formação de professores indígenas em nível de magistério, promovidos por organizações governamentais e não governamentais, e também nas licenciaturas indígenas, como as da UNEMAT e da UFRR. Assim, o curso teve sua proposta construída coletivamente, considerando-se as necessidades, os projetos e as propostas educacionais desejadas pelas comunidades indígenas, que sonhavam com outro tipo de escola, ou seja, uma escola que atendesse às suas demandas e não às políticas externas.
    Aos concluintes do curso de Educação Intercultural, é conferido o título de Licenciado na habilitação escolhida. O processo seletivo para ingresso no curso é especifico e exclusivamente destinado aos indígenas, com oferta atual de 40 vagas por ano.

     

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    22º Conpeex registra 13 mil participantes e 3.700 trabalhos apresentados

    Último dia foi marcado pela premiação dos melhores trabalhos e a sensação do dever cumprido

    Texto: Caroline Pires

    Fotos: Carlos Siqueira

     

    O último dia do 22º Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão (Conpeex/UFG) é sempre marcado por um misto de sentimentos: a sensação de missão cumprida exalando da equipe organizadora, os olhares atentos na plateia, enquanto se aguarda o início da entrega das premiações de melhores trabalhos, e a convicção de que a cada ano o evento inspira, cresce e se supera. Na última sexta-feira, (7/11), centenas de pessoas aguardavam no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, palco das matrículas, colações de grau e tantas comemorações da Universidade, pelo encerramento do maior evento científico da UFG. Confira o álbum de fotos.

    Para quem não passou pelos estandes, nem apresentou trabalhos ou por algum motivo não pôde participar e sentir o impacto do Conpeex, os números são capazes de contar a história: foram mais de 13 mil pessoas circulando nos espaços, 11.533 inscritos e 3.749 trabalhos inscritos. O Espaço Saúde realizou 3.200 atendimento e o Hemocentro de Goiás coletou material capaz de salvar 336 vidas. 

    No discurso de encerramento, a pró-reitora em exercício da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFG, Adriana Régia Marques de Souza, destacou que a realização do evento demanda um trabalho que dura todo o ano. “As palmas são para você todos que estão aqui e que tornam esse evento grandioso. A nossa torcida é para que em 2026 ele seja ainda maior e melhor, já que ele é construído por todos nós”, ressaltou ela ao reforçar a importância da participação e do envolvimento de todas as pró-reitorias, secretarias, órgãos administrativos e unidades acadêmicas da UFG. 

    Segundo a reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, os números por si só já comprovam a relevância desse evento. “Temos muito o que comemorar porque nossa Universidade tem se mobilizado cada vez mais em prol do ensino, pesquisa e extensão”, destacou. De acordo com a reitora, a qualidade da pesquisa, a dedicação do ensino e as inúmeras ações de extensão consolidam esse lugar de destaque da UFG entre as 3% melhores do planeta. Em especial, Angelita Pereira de Lima agradeceu às centenas de pessoas que colaboraram para a realização do evento “temos hoje a constatação da qualidade da UFG expressada nesse evento. A alegria das pessoas está estampada nos rostos  e não há nada melhor para a educação do país do que atuar com esse carinho”, finalizou. 

    Premiação 

    Ao final da cerimônia de encerramento foi realizado a entrega dos prêmios aos melhores trabalhos do 22º Conpeex. Foram contemplados os três melhores trabalhos nas categorias de apresentação: Estágio e Trabalho de Conclusão de Curso, Mostra da Educação Básica, Mostra de Educação Profissional e Tecnológica, Mostra de Extensão e Cultura F. Programa de Bolsas de Extensão e Cultura, Programa de Educação Tutorial (PET), Mostra de Monitoria e Ensino, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e Seminário do Programa de Iniciação à Pesquisa dos Cursos de Licenciatura (Prolicen). 

    Já na mostra da Pós-Graduação stricto sensu e lato sensu, no Seminário de Iniciação à Pesquisa (PIP) Iniciação Científica (IC), no Seminário de Iniciação à Pesquisa (PIP), Iniciação Tecnológica (IT) e no Seminário de Iniciação à Pesquisa (PIP), Iniciação Científica Júnior (ICJr), foi premiado o melhor trabalho por área de conhecimento. Foram premiados ainda os quatro melhores competidores da competição de Xadrez do 22º Conpeex, realizada no dia 6 de novembro. 

    A cerimônia premiou ainda os selecionados pelo edital de Melhores Práticas de Internacionalização, promovido pela Secretaria de Relações Institucionais da UFG. O objetivo foi reconhecer, valorizar e divulgar ações de internacionalização realizadas, premiando relatos de experiências de boas práticas de internacionalização dos últimos 5 anos.

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    UFG lança Observatório dos Povos Indígenas de Goiás

    Plataforma busca fortalecer direitos e saberes dos povos Indígenas de Goiás

    Texto: Kharen Stecca

    Fotos: Evelyn Parreira

    O lançamento da Plataforma Digital Observatório dos Povos Indígenas de Goiás, Direitos Humanos, Saberes do Cerrado e Inclusão Social (OPIG) foi celebrado no dia 6 de novembro, durante as atividades do 22º Conpeex da Universidade Federal de Goiás (UFG), marcando um momento especial para a universidade e, sobretudo, para os povos indígenas de Goiás. A plataforma é concebida como o principal instrumento do Observatório, destinado a atuar como um espaço construído pelos povos indígenas, baseado em reciprocidade e responsabilidade. Seus objetivos incluem monitorar e documentar a situação dos direitos humanos, dar visibilidade aos saberes, línguas e modos de vida, promover formação e diálogo, e subsidiar políticas públicas. O OPIG também nasce como um espaço de denúncia ética contra o racismo estrutural, a violência sobre corpos e territórios, e a destruição acelerada do Cerrado. O OPIG pode ser acesso em www.opig.ufg.br . Confira o álbum de fotos do evento.

     

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    Gestores e representantes indígenas participaram da mesa

     

    A reitora da UFG, professora Angelita Pereira de Lima, destacou que a plataforma digital é o objetivo central e será o grande instrumento pelo qual o Observatório irá atuar. A reitora destacou importantes ações estruturantes realizadas em sua gestão, incluindo a contratação de três professores indígenas pela primeira vez na UFG, e a criação da Unidade Acadêmica Especial Instituto de Formação Indígena na Cultura (anteriormente Núcleo Takinahaky). Além disso, Angelita Pereira de Lima mencionou a construção do Espaço Intercultural com recursos do PAC, uma obra de R$18 milhões de reais, fundamental para a permanência e melhor qualidade de vida dos estudantes indígenas na UFG. A reitora finalizou a sua fala pedindo apoio para a campanha de criação do Instituto Nacional de Cerrado, reforçando que "sem cerrado não há Amazônia e sem povos tradicionais, sem povos originários, não há preservação das florestas e não há preservação do bioma Cerrado". 

    O vice-reitor da UFG, professor Jesiel Freitas Carvalho, ressaltou a pujança e a potência da universidade em criar espaços adequados para a formação e expressão indígena. Ele relembrou que a ideia de criar o Observatório dos Povos Indígenas de Goiás partiu dele, buscando um projeto de relevância que envolvesse a experiência de Pedro Wilson e o compromisso do Museu Antropológico sob a direção do professor Manuel Ferreira Lima. Para o vice-reitor, a criação do Observatório demonstra que é preciso identificar a "boa ideia", "dar o passo", e então "a obra se faz".

    O diretor do Museu Antropológico da UFG e coordenador do OPIG, professor Manuel Ferreira Lima, afirmou que o lançamento da plataforma reafirma o compromisso histórico da universidade com a memória viva, os direitos humanos, o conhecimento ancestral, e o Cerrado como casa mãe. O projeto do Observatório, que tem apoio da Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação, nasceu da circulação pelas aldeias, do convívio e da amizade. Manuel enfatizou que o OPIG se alinha diretamente à identidade da UFG, especialmente em relação à inclusão étnico-social e ao Cerrado no território, e que ele não é um projeto “sobre” os povos indígenas, mas um espaço construído “pelos” povos indígenas.

    O vice-coordenador do projeto Observatório e professor emérito da UFG, Pedro Wilson, saudou a universidade e a luta pela educação libertadora. Ele lembrou que Goiás já teve dezenas de etnias e hoje conta com apenas três povos representados: Tapuia, Caiapó e Avá-Canoeiro. Wilson descreveu o Observatório de Políticas Públicas Indigenistas de Goiás como um órgão necessário para apoiar os quase 20 mil estudantes indígenas nos municípios goianos e empoderar os cerca de 500 que estão nas universidades. O professor pediu uma salva de palmas em referência à luta favorável ao meio ambiente e à próxima COP 30, afirmando que a destruição da natureza e da água está destruindo os indígenas e que é preciso recuperar essa situação.

    Representando o povo Iny-Karajá, o professor Albertino Adiurema agradeceu a iniciativa da universidade, destacando que o povo indígena de Goiás estava sendo esquecido e não estava tendo apoio. Ele compartilhou sua mentalidade de que os estudantes indígenas devem estudar na cidade e retornar às aldeias para "brigar lá na aldeia" junto com seu povo. Albertino expressou gratidão, mencionando que a liderança do seu povo apoiou a ideia do Observatório, tornando-o um "grande parceiro das aldeias".

     

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    Professora Eunice Pirkodi destacou o papel da UFG em abrir portas aos indígenas

     

    A professora indígena Eunice Pirkodi Caetano Moraes Tapuia, do Núcleo Takinahaky, expressou sua gratidão e alegria pelo lançamento, lembrando que a UFG abriu as portas para os povos indígenas em 2007, possibilitando avanços em políticas públicas e permitindo que ela se tornasse professora da universidade. A professora ressaltou que a luta dos povos indígenas se torna mais fácil quando eles conhecem as "ferramentas para lutar" providas pela formação intelectual na universidade. Ela reforçou a esperança de que o OPIG seja um importante parceiro, pois o acesso aos direitos é difícil para os povos indígenas de Goiás, e a luta só será fortalecida quando houver a possibilidade de dominar as ferramentas do mundo externo, como o português formal, as leis e a burocracia.

    Adriana de Souza, vice-presidente da Associação das Aldeias Buridina e Béd Buè e integrante do povo Iny Karajá de Goiás, destacou a importância do lançamento da plataforma para os povos do estado, vendo-a como um instrumento especial para acompanhar as demandas e fortalecer a relação com a UFG e o Museu Antropológico. Ela afirmou que o OPIG é um parceiro fundamental no acompanhamento das pautas, na garantia da cidadania e na promoção dos direitos. “Os povos indígenas de Goiás foram por muito tempo esquecidos e invisibilizados, mas hoje estão avançando lado a lado com aqueles que realmente respeitam o nosso modo de vida e a nossa cultura”, destacou. Para ela, fazer parte do Observatório significa estar "à frente da luta em defesa do nosso povo", oferecendo sua voz, força e compromisso para que os povos continuem existindo com dignidade e respeito, mesmo que ela não esteja na comunidade todos os dias. A pró-reitora de Pesquisa e Inovação da UFG, Helena Carasek considerou uma grande honra o museu possuir um projeto tão importante e demonstrou grande crença no Observatório, afirmando que o projeto já começa grande. Também desejou muito trabalho e sucesso aos envolvidos.

     

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    Plataforma

    O portal é um marco na comunicação intercultural do estado, reunindo informações sobre os Iny Karajá, Ãwa-Canoeiro e Tapuia do Carretão, os três povos indígenas reconhecidos em Goiás, além de oferecer um canal seguro para denúncias de violações de direitos humanos.

    Segundo João Lúcio, produtor cultural do MA/UFG e responsável pela concepção estética da plataforma, o projeto buscou traduzir visualmente a relação entre o observatório e os territórios indígenas. “Pensamos na simbologia da terracota, que remete à terra, à ancestralidade indígena e às expressões tradicionais, como as ritxokos. João explica que essa tonalidade visual traduz pertencimento, identidade e conexão com o território — fundamentos do trabalho do Observatório. “A ideia era garantir uma coerência visual entre a identidade institucional do OPIG com as identidades indígenas  dos três povos de Goiás Iny Karajá, Avá Canoeiros e os Tapuia do Carretão”, afirma. Lucas Yabagata, antropólogo e responsável pelo acervo digital do site explicou que os criadores buscaram uma navegação simples e intuitiva, que ofereça credibilidade, segurança e acolhimento ao público. 

     

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    Plataforma foi apresentada em detalhes durante o evento

     

    Funcionalidades do site

    Entre as principais funcionalidades, estão relatórios periódicos sobre as ações do observatório; base de dados sobre os povos Iny Karajá, Avá Canoeiros e Tapuia do Carretão, reunindo informações sobre história, cultura, território e modos de vida; seção de notícias com atualizações e conteúdos sobre as atividades e questões relacionadas aos povos indígenas do estado; canal para denúncias de violações de direitos humanos, com garantia de anonimato e proteção de dados conforme a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD); divulgação de pesquisas e ações educativas promovidas pelo OPIG em parceria com as comunidades indígenas, fortalecendo o intercâmbio de saberes e práticas culturais.

    Canal de denúncias

    Um dos destaques do novo portal é o sistema de recebimento de denúncias de violações de direitos humanos. As denúncias poderão ser registradas por meio de um formulário eletrônico seguro, com garantia de anonimato e proteção de dados pessoais. Após o envio, o denunciante recebe um número de protocolo para acompanhar o andamento da análise.

    Internamente, as denúncias serão avaliadas por um comitê especializado do OPIG, que fará o encaminhamento dos casos aos órgãos competentes. O site também disponibilizará manuais explicativos e uma descrição detalhada do fluxo das denúncias, reforçando o compromisso do observatório com a transparência e a responsabilidade institucional.

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Destaques

  • boasemanaufg

    Boa Semana UFG - 17/11/2025

    Nesta segunda-feira (17/11), a partir das 8h, o Boa Semana UFG traz entrevista da reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, sobre os principais assuntos da agenda institucional da Universidade. O convidado é o regente da Orquestra Sinfônica da UFG, o professor Alexandre Muratore Gonçalves, para falar sobre o projeto e o lançamento da Orquestra ocorrido na última quinta-feira (13/11). A apresentação é da jornalista Silvânia Lima.

     

    Produção:

    Rádio UFG 88,5 FM

    Reitoria Digital da UFG

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    Saúde Agora T02E01 | Dor crônica

    O Saúde Agora é um programa dedicado a promover informação e bem-estar. Aborda temas gerais sobre saúde, autocuidado, prevenção de doenças e qualidade de vida.

    O programa aborda a dor crônica, que afeta milhões e compromete a qualidade de vida. O médico Gustavo Barboza explica que tratar a dor vai além de remédios, envolvendo hábitos saudáveis e cuidados multidimensionais e reforça que a dor persistente deve ser tratada com seriedade e acompanhamento médico.

     

    Apresentação: Giovana Miranda

    Produção: Daniela Versiane

    Entrevistado: Gustavo Barboza - Médico Ortopedista do Hospital Einstein Goiânia e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Ombro e Cotovelo

    Parceria: SEDUC

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    Semente T01E01 | Agricultura Familiar

    O programa semente amplia o acesso a conhecimentos sobre práticas agroecológicas, organização da produção, comercialização, saúde e direitos sociais, com foco especial na agricultura familiar. De forma simples e contextualizada, o programa incentiva práticas sustentáveis e fortalece a organização social das famílias agricultoras.

    Agricultura familiar refere-se à produção agropecuária realizada por pequenas propriedades (até 4 módulos fiscais), onde a gestão e a mão de obra são predominantemente familiares. Ela se caracteriza pela diversidade de produção, uso de insumos locais, forte vínculo com a comunidade e contribuição para a segurança alimentar. Essa atividade é vital para a geração de empregos no campo e para a valorização da cultura local.

     

    Apresentação e Produção: Schneider Kirst e Juliana Ribeiro

    Entrevistada: Fabiana Thomé da Cruz - Engenheira de Alimentos, mestre em Agroecossistemas e doutora em Desenvolvimento Rural

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